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Réquiem para um Nome : Thix

TIPO DE PROJETO

Exposição

DATA

28 de novembro - 20 de dezembro 2024

LOCAL

Galeria Silvia Cintra +Box4, Rio de Janeiro, RJ

ARTISTA PARTICIPANTE

Thix

FOTOGRAFIAS POR

Pedro Tressi

A pintura de Thix traz à tona a prática regrada e clássica da academia artística assim como suas referências de composição se apropriam dos grandes mestres - não são necessariamente odes à eles, mas uma forma de reestruturar o pensamento contemporâneo usando os exemplos de maior estima no cânone artístico. Poses serenas contrastam com uma iluminação dramática trazendo referências barrocas e renascentistas para dentro de suas telas. Até quando nos deparamos com uma cabeça dilacerada em demonstração, ambos rostos trazem expressões de tranquilidade. Essa obra, que intitula a exposição, é um autorretrato duplo, que mostra a artista levantando sua própria cabeça – a passada, carrega características nitidamente masculinas, como uma barba espessa e traços marcados, além de suas notáveis tatuagens, enquanto a presente tem feições finas, femininas, adornadas por maquiagem, brincos, e seu tradicional vestido rosa com babados. Essa pintura é um réquiem - uma prece para os que faleceram - para uma identidade onde não se cabe mais, e que abre possibilidades para o que se transmuta: o renascimento em si e de si. Um novo trânsito e visão de mundo.

Essa transformação é uma ruptura, um processo de morte daquilo que se entendia ser, que é igualmente enfrentado por luto. Não à toa, encontramos dentro dessa pinacoteca histórias conectadas por revoluções pessoais: compreender quem são dentro de seus mundos. Cori, Lia, Mar, Henri, Eden, entre outras, são pessoas, não apenas retratadas mas principalmente nomeadas nas telas expostas aqui.
Reunidas como uma família escolhida, estão inseridas criteriosamente em molduras imponentes, que reafirmam o valor de sua presença. A maioria dessas molduras foi adquirida em leilões e antiquários. São objetos que trazem consigo o estatuto da importância, e que inevitavelmente carregam suas próprias marcas de existência, tendo protegido outras imagens em outro tempo.

Uma moldura serve como o começo e o fim – os limites – da narrativa contada dentro do campo pictórico, e aqui, subvertem sua funcionalidade para se tornarem elementos desobedientes, reconhecendo e dando vida a outras corporalidades. Abandonando o passado, para ocupar um espaço que é não apenas de resistência, de repensar enquadramentos estéticos, mas principalmente de celebração e renascimento, de se fazer visível ao mundo - lugar e desejo de potência que buscamos compartilhar com elas, todas nós aqui, nesta sala.

Gabriela Davies e Maíra Marques
Novembro 2024

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